domingo, 13 de março de 2016

A verdade sobre oficinas de costura que não aparece no noticiário


Você já leu notícias sobre trabalho escravo envolvendo empresas famosas e ficou indignado? Com certeza este tipo de exploração é inadmissível, mas será que é verdade tudo que é noticiado?

Trabalho com confecção há muito tempo e sei que existem pessoas mal intencionadas neste meio se aproveitando da ingenuidade ou de algum momento de fragilidade das pessoas, mas também sei que o trabalho de muitas micro e pequenas oficinas de costura foi o sustento de um grande número de mulheres e suas famílias nos últimos anos. Não se pode colocar tudo dentro do mesmo saco e falar como se todas as confecções explorassem suas facções de costura. Será que é verdade que aquela grande empresa usava conscientemente mão de obra escrava? Particularmente eu acho pouco provável, acho que foi “enrolada” por um oportunista que aparentava possuir capacidade produtiva, mas que no fundo repassava para as outras, que trabalhando em condições precárias e até mesmo ilegais, praticavam preços baixos permitindo um ganho em cima sem esforço.
Uma notícia negativa envolvendo o nome de uma marca famosa tem grande chance de render muito espaço na mídia, mas também pode criar uma ideia errônea do setor de confecção. O caminho das certificações de conduta social, ambiental e de qualidade adequadas às normas brasileiras é muito bom (sinceramente apoio muito esta ideia nas minhas consultorias), só devemos ter cuidado para não criar obstáculos e entraves ao invés de soluções e facilidades para estas milhares de oficinas de costura, espalhadas pelo país que geram empregos e sustentam muitas famílias. 
Você que trabalha com terceirização, visite suas oficinas de costura com frequência, oriente quanto aos aspectos legais, ambientais e produtivos, no final a oficina vai agradecer e você vai colher os frutos, todos ganham.

Crédito da imagem: Google/imagens